Mobilização
Pelotas está há dois dias sem recolhimento de lixo nos bairros
Cerca de 40 trabalhadores da empresa Litucera Limpeza e Engenharia Ltda alegam que foram descumpridos quatro quesitos básicos no contrato
Jerônimo Gonzalez -
Por Cíntia Piegas, Rafaelle Ross e Leon Sanguiné
Atualizada às 14h42min
Em reunião realizada na manhã desta quarta-feeira (25) na prefeitura de Pelotas entre Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário e empresa Litucera Limpeza e Engenharia Ltda, foi proposto pelos representntes do motoristas - que estão parados há quase dois dias - que a empresa pague agora o o dissídio, adicional noturno e adiantamento da quinzena - que que a ação impretada pela contratante seja julgada.
A Litucera entrou na Justiça com uma liminar exigindo o retorno imediato dos trabalhadores ao serviço de recolhimento de lixo da cidade. A prefeita em exercídio, Paula Mascarenhas (PSDB), achou razoável e pediu para empresa analisar a proposta. Ao mesmo tempo, solicitou que os sindicalistas conversem com os motoristas para que voltem a trabalhar antes de sair o resultado da ação. "Trata-se de questão de saúde pública."
Parados deste a manhã de terça-feira, comprometendo o recolhimento de 200 toneladas (média diária) de lixo na cidade. O motivo do protesto é o descumprimento de quatro quesitos básicos no contrato de cerca de 40 funcionários.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas, Éder Blank, enquanto não houver uma reunião entre categoria, empresa e Sanep - responsável pelo contrato com a Litucera -, os funcionários permanecerão em frente à empresa mobilizados com faixas, cartazes e barraca.
Os trabalhadores cobram o repasse do dissídio coletivo com data-base em 1º de maio; o pagamento de 40% pelo adicional noturno, sendo que a empresa paga 20%, e o adiantamento da quinzena. Conforme Blank, os servidores também discordam da exigência de bater o cartão ponto ao retornarem com o caminhão à sede, pois ainda permanecem em atividade para a limpeza do veículo. “Há 15 dias tivemos uma reunião com os dirigentes que ficaram de ver a situação. Na quinta-feira avisamos sobre as reivindicações ao Sanep”, comentou o representante sindical.
O Sanep tinha conhecimento da situação e, caso não houvesse acordo ainda nesta terça, a Procuradoria do Município deveria entrar com uma medida cautelar para garantir a execução do serviço. O setor jurídico da empresa informou que os motoristas estão vinculados ao Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação de Pelotas (Sindiasseio), disse o diretor-presidente do Sanep, Jacques Reydams. Nesse caso, os motoristas não teriam direito ao que reivindicam. Éder Blank, no entanto, afirma ter em mãos um documento referente ao processo que extingue o pedido judicial da Litucera de vincular a categoria ao Sindiasseio. A reportagem tentou contato com representantes, mas foi informada de que a empresa não irá se manifestar.
Reclamações
Mesmo antes da paralisação dos motoristas nesta terça, pelas ruas o recolhimento do lixo segue se mostrando como um transtorno à comunidade. A depredação dos contêineres, o mau cheiro e o acúmulo de resíduos dentro e ao redor dos coletores são as principais reclamações ouvidas e conferidas pela reportagem do Diário Popular, ao circular pelas áreas central e Norte da cidade. Próximo ao Instituto Assis Brasil há um desses casos. Moradores do entorno relatam que a situação é recorrente e apontam que o recolhimento dos resíduos não dá vencimento do descarte feito no local, além de citarem a ação de catadores como um dos fatores que agravam a sujeira nestes locais.
A lavagem e manutenção dos 750 contêineres são de responsabilidade da Litucera, que ao assumir o serviço forneceu novos caminhões e também realizou a troca das unidades existentes. Mensalmente são gastos R$ 18 mil em recuperações de cerca de 40 contêineres.
Licitação nas mãos da prefeitura
Previsto inicialmente para a terceira semana de setembro, o edital de licitação para a contratação da empresa que será responsável pelo recolhimento do lixo do município ainda não foi lançado. O material - pronto, segundo o Sanep -, depende apenas da publicação pela prefeitura. Uma reunião entre a autarquia e o Executivo pode acontecer nesta quarta para discutir o assunto e estabelecer prazos.
Enquanto a nova empresa que deve assumir o serviço pelos próximos quatro anos, renováveis por mais um, ao valor de R$ 60 milhões, não é conhecida, a atividade é desempenhada pela Litucera Limpeza e Engenharia Ltda, através de um contrato emergencial com duração de seis meses, que expira em janeiro do ano que vem, ao valor mensal de
R$ 1.300.366,33.
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